Havia chegado ao centro da cidade. Procurava usar roupas boas como todo mundo, para meu próprio "desfile-a-la-centre", o que as pessoas geralmente fazem, mostrando suas roupas novas - algumas ainda com a etiqueta da loja! - e os tênis de imitação, que esperaram até aquele dia para receberem os seus papéis de suma importância aos pés.
Eu era discreto a fim de evitar um olhar que eu conhecia muito bem. Avançava a cada esquina, cauteloso para evitá-los. Mas não bastaram três minutos de minha inútil cautela, senti ser observado por eles. Tramavam com olhares: "Vai você!" "Não, pois eu fui da última vez!". Um deles se rendeu. Abaixei a cabeça. fingi falar com minha sogra ao telefone, tamanho o meu desespero. Não havia escapatória. fora eleito o alvo dos olhos malignos deles. Sem reação, apenas permiti o inevitável.
Em questão de meros trinta segundos, uma enxurrada de panfletos invadiu minhas mãos. Saí derrotado e desapontado de novo. Eles eram impossíveis. Tentei ler um dos panfletos, onde se leria a mesma mensagem de sempre: "Compre aqui, use no centro da cidade para chamar a atenção e aí te damos outra besteira, sem valor, para comprar!"
Fui derrotado. Mas levantei a cabeça. Respirei fundo e prossegui pondo os panfletos em todos os meus bolsos. Perdi esta batalha, mas com certeza consigo a última vaga da lotação...
Fredson, meu caro, basta ser vivente e com alguma pretensão de compra, que nos transformam em consumidores. E de que modo mais insidioso e insistente que nos bombardear de propaganda, para comprarmos o que não precisamos? Sinto muito pela sua derrota. Mas a guerra continua! Da próxima, passe para o outro lado da calçada!
ResponderExcluirÉ verdade Fabrício... não deu para vencer esta batalha, mas, não perderei a guerra!! kkkkk
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