Livros.
Mesmo sem saber nadar, mergulho fundo e percorro cada página, como uma criança
afoita a procura do leite materno. Como um curioso detetive, procuro com
avidez, saber como a história acaba, e ao chegar ao fim, um desejo desesperado
de comentar acerca do que li.
Há sim,
livros que nos fazem chorar, rir, pensar, imaginar livremente, ou até sentir
raiva! E cada um deles possui a função de equilibrar nossos sentimentos, a fim
de que tenhamos tudo sob medida. Eles nos cativam, nos enchem de boas lembranças,
ou não. E é isso que admiro neles: a capacidade de me prender e de me fazer ir
a um mundo completamente diferente deste. Um onde eu possa correr livremente,
sem as amarras impostas pela sociedade e seus modos de pensar. Ser eu em minha
mais completa forma.
Livros. São
muitos os seus personagens, e diversas suas lições a
nós. Cheguei a detestar
Otelo, por sua estupidez e ciúme, a chorar com Jeremias, em suas lamentações, a
refletir com Salomão sobre o sentido – ou a falta do mesmo – na vida humana, e
a rir dos atos de Nasrudin, o califa. Em diversos momentos, torcia pelos
mocinhos, e outrora, pelos vilões das histórias. Falava com personagens de
livros, às vezes em voz alta, quando eles haviam errado por certas atitudes, e
suspirava aliviado, quando meus favoritos escapavam das sentenças de morte.
Socos no ar quando acontecia algo incrível e uns “uhus!” bem altos ao ler das
cenas e pontos altos, onde cada personagem mostrava sua força.
Livros. Porém,
há um momento em que temos de deixá-los, pois, o
mundo real nos puxa de volta. Retorno
de meus mergulhos nas profundas sabedorias e enredos bem amarrados e
fantásticos dos livros. Mas fica uma vontade interminável de me tornar peixe
para neles estar sempre mergulhado.

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