segunda-feira, 15 de junho de 2015

Livros

Livros. Mesmo sem saber nadar, mergulho fundo e percorro cada página, como uma criança afoita a procura do leite materno. Como um curioso detetive, procuro com avidez, saber como a história acaba, e ao chegar ao fim, um desejo desesperado de comentar acerca do que li.

Há sim, livros que nos fazem chorar, rir, pensar, imaginar livremente, ou até sentir raiva! E cada um deles possui a função de equilibrar nossos sentimentos, a fim de que tenhamos tudo sob medida. Eles nos cativam, nos enchem de boas lembranças, ou não. E é isso que admiro neles: a capacidade de me prender e de me fazer ir a um mundo completamente diferente deste. Um onde eu possa correr livremente, sem as amarras impostas pela sociedade e seus modos de pensar. Ser eu em minha mais completa forma.

Livros. São muitos os seus personagens, e diversas suas lições a 
nós. Cheguei a detestar Otelo, por sua estupidez e ciúme, a chorar com Jeremias, em suas lamentações, a refletir com Salomão sobre o sentido – ou a falta do mesmo – na vida humana, e a rir dos atos de Nasrudin, o califa. Em diversos momentos, torcia pelos mocinhos, e outrora, pelos vilões das histórias. Falava com personagens de livros, às vezes em voz alta, quando eles haviam errado por certas atitudes, e suspirava aliviado, quando meus favoritos escapavam das sentenças de morte. Socos no ar quando acontecia algo incrível e uns “uhus!” bem altos ao ler das cenas e pontos altos, onde cada personagem mostrava sua força.


Livros. Porém, há um momento em que temos de deixá-los, pois, o 
mundo real nos puxa de volta. Retorno de meus mergulhos nas profundas sabedorias e enredos bem amarrados e fantásticos dos livros. Mas fica uma vontade interminável de me tornar peixe para neles estar sempre mergulhado.

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