segunda-feira, 27 de abril de 2015

Reunião no Olimpo

Zeus – o ‘zé’ - convocou uma reunião em família (o cara tinha uma família estranha de verdade) e nesta reunião ele tinha o propósito de falar com os outros acerca de assuntos importantíssimos. Ele estava cansado de ser o manda chuva, e queria umas férias no Alabama ou no Taiti, para sair do estresse. Como sabia que todos o achavam o maior chato, e ninguém o atentaria se aquilo fosse uma reunião, ele os convocou para uma festa, com direito a tudo. Claro, como disfarce para sua importante reunião. Maldita hora que ele fez isso!
O primeiro a chegar, claro, foi Dionísio o beberrão da família, que já chegou perguntando onde estariam os barris de vinho, sem dar muita atenção ao anfitrião da festa, e provavelmente estaria bêbado antes mesmo dos outros chegarem. Ele era o tiozão das piadas inúteis como: “o Pavê é ‘pá vê’ ou ‘pá comê’?”. Hades, a ovelha negra da família - finalmente um trocadilho que deu certo! – não foi à festa pois era muito antissocial para estas coisas e preferiu ficar em sua caverna ouvindo System, Slipknot e Avenged Sevenfold.
Apolo, o marombado, chegou com sua manta apertadinha na região dos braços e tinha um copo de Whey na mão. Era o cara que fazia as minas do Olimpo babarem. Super afim da Afrodite. Ele era conhecido como o deus garça: grandão do abdômen para cima e fininho da cintura para baixo.
Logo após, Poseidon, o ‘rasta’, parceiro da galera, o mais calmo na festa, que veio em todo seu estilo havaiano, com conchas e estrelas do mar. Um cara maneiro e muitas vezes filósofo. Tinha também a Hera, a tiazona sem graça e que sempre corta o nosso barato, estava ao lado do maridão que nem sequer fora notado pelos demais. Pã, o DJ da festa, começou tocando um batidão para levantar a galera.
Atena, a nerd da família, queria passar no vestibular e estudava sem parar mesmo. Mas mesmo ela, desistiu dos livros e foi juntar-se ao grupão, para uma louca dança ao som do Mc. Aí entrou o Hermes, o cara com quem não dá certo ir numa festa. Ele era explosivo e temperamental demais. O bocão da família. Comia feito um elefante. Ele pediu uma música eletrônica para o Mc Pãzinho, que atendeu na hora ao pedido. E foi aí que entraram nossos dois últimos convidados para a festa: Hefesto e Afrodite, acompanhados do pequeno Eros, o menino da deusa, e que todos, exceto Hefesto, sabiam não ser filho do ferreiro - Vai por mim, as pontas de Hefesto eram tão grandes que cortariam a terra no meio, como uma faca num queijo! O inocente – ‘Sabe de nada!’ –, deixou sua esposa dançando – com Apolo! –, e foi até Zeus para saudá-lo. Hefesto era um cara certinho. Embora não desse a mínima para o que Zeus queria, ele achava certo saudar um anfitrião em sua festa, enquanto ‘Didite’ – era o apelido carinhoso dele para ela – se insinuava ao Apolo.

Zeus gritou mais de uma vez, pedindo a atenção da galera. Ninguém lhe deu ouvidos. Cortou o som e uma gritaria se instalou na festa: mil vaias a Zeus. Ele teve de religar o som, mesmo como o dono da casa. Ninguém iria prestar atenção nele. Por sorte Hera... Ela se juntou ao grupo, deixando Zeus sem ninguém. O deus pôs as mãos no rosto: ‘Que ideia estúpida a minha!’ – se lamentou – ‘Deixa pra lá a reunião. Eu vou dormir. Tenho uma partida de dominó, de canastra, e umas consultas amanhã e devo descansar. Oh, a idade...’

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