segunda-feira, 2 de março de 2015

Segredos Universais

Nuvens cobriam o céu. Serravam-no como um portão cinza imenso. Debaixo delas, homens, mulheres, crianças e idosos que se apressavam pelas ruas.

Numa brecha bem, mas bem pequena mesmo, o sol ainda mostrava um brilho esperançoso naquele cenário caótico. O sol olhava pela fechadura para saber o que se passava por detrás daqueles portões neblinosos.

O sol viu então o que se passava: homens que roubavam, que matavam, mentiam e se enciumavam uns com os outros e que com ira, agiam contra outros homens. Vendo isto, o sol espantou-se. Os casais que se despediam, ambos de partido coração, a traição, o amor ao dinheiro e a frieza do homem, que compartimentaliza e segreda tudo do seu próximo.

O sol tirou os olhos da fechadura de nuvens, pois não queria mais ver tal cena. Era de dar pena! Quanta tristeza na curta vida dos homens. As nuvens se desmanchavam numa chuva torrencial. O sol se retirou pensando: "Que vida essa! Os homens se ferem a si próprios. Lembram de fazer o mau, de partilhar as trevas, mas se esquecem de brilhar!"

Entre os homens, continuava a chuva cada vez mais catastrófica.

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