segunda-feira, 30 de março de 2015

Se eu Tivesse Poderes

Quando eu era criança, sempre quis ter superpoderes (quem nunca?). Voar, ter super força, velocidade, controle de elementos, e todos os outros poderes 'super-hiper-mega-ultra-master-blaster' incríveis. Cresci, e a vida tirou de mim esta vontade e a substituiu - por trabalho, trabalho, trabalho, compras, trabalho, ficar e casa no Domingo, trabalho.

Porém, numa bela noite, deitado, estive pensando novamente sobre esta questão. Por que não tenho poderes? Mesmo assim, pra que saber voar, ter super velocidade, grande força e outros 'super-hiper-mega...'? Isso é coisa de criança. Preciso de poderes mais incríveis.

Eu poderia ter o poder de controlar a inflação, ou o de saber, quem vem primeiro: o ovo ou a galinha (o último foi piada, mas até que resolvia muita coisa). O poder de produzir dinheiro (tá melhorando!), ou o de saber imitar o olhar 49 do Bonner no final do Jornal Nacional, quando ele diz: 'Boa Noite!'. O de saber do que falam as mulheres quando se reúnem no banheiro (deve sair cada conversa!) ou de despoluir o planeta. Sei lá! Só não dá pra ser o Homem-Aranha, porque por estas bandas ele não soltaria teia, e sim andaria de bike. Tanta coisa que eu faria, se eu tivesse poderes...

sexta-feira, 27 de março de 2015

De Repente... Sumiu!

Um dia, tudo passou:
As alegrias e as tristezas,
Fica pois o verso,
Assim, disperso,
Sem o seu autor.

Num dia, 
Um viver primaveril.
No outro,
Como a flor do campo,
Como mágica,
De repente...
Sumiu!

segunda-feira, 23 de março de 2015

Segunda-Feira

Era noite de Domingo, e eu já havia criado raízes profundas no sofá da sala - sério, ele já era parte de minha anatomia. Eu havia lido um livro que ganhei de presente no ano passado, assisti alguns filmes no meu laptop e cansei. Sei que não havia levantado do sofá, mas estava cansado.

Comecei a pensar na vida. Me veio então o pensamento do amanhã: Segunda-feira. Pronunciar este nome me fez mal. Ah, se eu mandasse no mundo! Minha primeira lei mundial seria a da extinção deste dia hediondo. No lugar do amaldiçoado nome, poria de 'Domingo 2.0'. Um Domingo muito melhor, sem Faustão!

Teríamos nossa vingança, amigos! Nós riríamos por último na cara da Segunda-feira. A julgaríamos pelos seus crimes contra a humanidade. Faríamos justiça por todos aqueles que acordaram da festa de ontem e foram trabalhar a caráter, como zumbis do 'The Walking Dead'... Adeus à dor de cabeça enquanto você trabalha. Chega de prova adiadas para a Segunda! Seríamos enfim, felizes. E, sabem... estive pensando: E a Terça-feira? É  eu acho que também teria que...

Eu pulei do sofá, assustado. Eu dormi demais e estava atrasado pro trabalho. Me arrumei e saí sem tomar café. A lei da extinção da Segunda-feira pode esperar, meu patrão não.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Era Pra Ser Outro Verso

Eu era um cara comum:
saía Sábado à noite,
encontrava com uns amigos,
e geralmente íamos
nos divertir.

Eu me achava feliz:
vivia sempre sorrindo,
eu era um raio de sol,
que no horizonte vinha a surgir.

Eu tinha uma vida legal:
vivia com a casa cheia,
e nos Domingos de ceia,
não havia jantar igual.

Eu era feliz no emprego:
exercia bem o meu cargo,
pagava minhas contas,
sendo assim, nada mal.

Eu era um cara faceiro:
meu jeitinho brasileiro,
me proporcionava êxito,
na conquista e coisa e tal.

Mas era desinformado.
Não dava bola pro governo,
nem pro que decidisse,
contanto que permitisse
que eu continuasse assim,
era cada um pro seu lado.

Assim foi como vivi,
até que então percebi
no que havia me enfiado.
Os corruptos homens cultos,
a quem nunca dei bola,
atacaram-me na hora,
que estava mais desligado

Fui tolo ao não dar atenção,
me tomou tudo o ladrão,
que nunca vi face a face.
tomou conta do mercado,
surrupiou todos nós,
e mesmo dentre quem viu tudo,
tinha quem não cresse não.

Eu era um cara comum.
Eu me achava feliz.
Eu tinha uma vida legal
Eu era feliz no emprego.
Eu era um cara faceiro...
e hoje se me pergunta:
"Quem é você afinal?"
eu respondo:
"Sou aquele cara não."

segunda-feira, 16 de março de 2015

Bons Tempos

Oh! Tempos de escola. Lembro-me como que há pouco mais de um ano (Foi há exatamente um ano), eu estava a ponto de concluir minhas peripécias escolares, e avançar ao nível - segundo minha concepção - semi-deus do conhecimento. Eu era um dos famosos 'feras' do colégio! Lembro que como tal, no próximo ano, eu não estaria mais lá, e os novatos que chegassem na escola veriam meu rosto estampado, junto ao de outros semi-deuses num quadro na parede. Eles me venerariam. Irão querer ser como eu um dia, e se perguntarão como eu conseguira ter feito tal façanha. Mortais!

Éramos um grupo de sobreviventes dos Jogos Vorazes, versão atualizada: A Escola!  Cada um de nós tínhamos o próprio grupo. Haviam as garotas, juntas de um ou dois rapazes, que sempre tiravam 10 em quase tudo. Eram os CDFs. As garotas em especial deste grupo, eram grande parte, patricinhas. Não entendo como, sendo CDFs, poderiam gostar dos pagodeiros do fundão. Tinha o povo do meio, que era meio-tudo. Meio estudiosos, meio preguiçosos, meio engraçados, meio chatos, meio tagarelas, meio calados... Em geral eram o grupo dos sem grupo (se é que isso faz sentido). E, claro! Tinham os não estudiosos (ou, grupo de pessoas que se assentam nas cadeiras que se encontram nas proximidades da parede que esta paralela à parede da lousa, para os CDFs de plantão) que se escoravam na inteligência cêdeéfica na hora de apresentar trabalhos, ou de colar nas provas. Dentre eles, os pagodeiros. Estes eram os caras descolados, com bonés aba reta, camisas sem manga, óculos gozados, shorts de cores vivas, ou calças esquisitas, com o fundo bem grande que pareciam lonas. Os tais que citariam letras - letras? - de Blackstyle, ou de Parangolé, com a mesma firmeza e senso de confiança que um intelectual citaria Descartes e Freud.

Eu, é claro, era daqueles que sentava no meio, de cabeça baixa, copiando... às vezes entendia, às vezes não. Eu teria muito o que contar aos meus netos. Mas agora preciso deixar os meus penamentos do passado de lado. Tenho que estudar para defender minha monografia. Oh inferno!!

sexta-feira, 13 de março de 2015

Imaginação

Sou grão de areia no vasto universo,
sou gota d'água perdida no mar;
Sou pequena palavra que faz rimar o verso,
Sou mero detalhe de um grande encenar.
Do inteiro conhecer, eu sou parte.
Andarilho qualquer em eterno vagar

Eu também sou montanha, a tomar a visão.
Posso ser cometa, ou, talvez planeta,
que é cheio de vida, cheio de emoção,
Com memórias, momentos alegres...
Onde nunca há escuro. Um fruto da imaginação.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Ela

Ela passou por mim. Sim, foi ela. a bela moça que sempre passava no finzinho da tarde e que alegrava a minha vida. A moça que tinha uma pele cor de café com leite, e um vestido florido que lhe caía até os joelhos.
As alças do florido vestido, deixavam a mostra seus ombros, tão convidativos ao carinho noturno. Era ela que passava por minha rua. seus cabelos negros ondulados, como uma maré suave, porém, forte o bastante para derrubar meu coração, já há muito amolecido. Ela tinha o cheiro das mais raras fragrâncias, que jamais eu pensara em sentir. consideraria vício meu naquele cheiro, toda vez que ela passava.
E eu? Só um rapaz normal, com uma calça suja, uma camisa amassada, e chinelas da Havaianas
(paraguaias, com certeza, nunca Havaianas mesmo!). Tentei até me arrumar na hora, e me ajeitei sobre o tamborete, que usava como cadeira.

Ela passou por mim. Aquela pele café com leite, olhos verdes clarinhos, cabelos negros ondulados, um jeito de andar sensacional e um discreto sinal na bochecha esquerda... Não fui o único que a notou. Naquela rua, todos os homens, até os enfeitiçados pelo compromisso do anelar, eram pegos numa emboscada quando ela passava. O barbeiro, cortava feio o cliente, que também não se importava; as bebidas sempre podiam esperar, quando ela passava. O padeiro que entregava pão doce, no lugar do francês; o homem na bicicleta, que quase fora atropelado, por um motorista que como ele, também estava desatento. O padre que quase esquecia dos seus votos, os velhos que deixavam cair todo o jogo de dominó dos seus colos, o garoto que, carregado pela mãe, deixava o pirulito cair da boca... Era mesmo um fuzuê, quando ela passava.

Ela passou na rua, tornando ainda mais incrível aquele pôr de sol. Elogios? Ninguém se atrevia. Até o mais sem vergonha dos homens, esquecia dos assovios e os ôhs-la-em-casas; simplesmente babávamos.

Encontrou-se, para nossa tristeza, com um fortão no fim da rua. Beijou-o e se foi na garupa de sua moto. Suspiros gerais. Logo ela saía, o barbeiro se lembrava do algodão, o barbeado, da ferida; o padeiro do pão, o padre dos votos, os casados dos anéis e o garoto chorou pelo doce... e eu, pus minha cadeira para dentro, lembrando que amanhã era tudo de novo, e que tudo mudava quando ela passava

sexta-feira, 6 de março de 2015

O que é a Vida?

Um ponto milimétrico
no caos universal.
Um vulto, um feixe de luz,
que passa sem deixar sinal.
Um segundo da eternidade...
O que é a vida afinal?

segunda-feira, 2 de março de 2015

Segredos Universais

Nuvens cobriam o céu. Serravam-no como um portão cinza imenso. Debaixo delas, homens, mulheres, crianças e idosos que se apressavam pelas ruas.

Numa brecha bem, mas bem pequena mesmo, o sol ainda mostrava um brilho esperançoso naquele cenário caótico. O sol olhava pela fechadura para saber o que se passava por detrás daqueles portões neblinosos.

O sol viu então o que se passava: homens que roubavam, que matavam, mentiam e se enciumavam uns com os outros e que com ira, agiam contra outros homens. Vendo isto, o sol espantou-se. Os casais que se despediam, ambos de partido coração, a traição, o amor ao dinheiro e a frieza do homem, que compartimentaliza e segreda tudo do seu próximo.

O sol tirou os olhos da fechadura de nuvens, pois não queria mais ver tal cena. Era de dar pena! Quanta tristeza na curta vida dos homens. As nuvens se desmanchavam numa chuva torrencial. O sol se retirou pensando: "Que vida essa! Os homens se ferem a si próprios. Lembram de fazer o mau, de partilhar as trevas, mas se esquecem de brilhar!"

Entre os homens, continuava a chuva cada vez mais catastrófica.