segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Errou!

Entrei na lanchonete - sim, a mesma do último texto. - na tentativa de não ser perseguido por um indivíduo em particular, que estava em todo bendito estabelecimento para a minha tristeza. Eu usava minha roupa de Jedi, e sabre de luz ao lado. Pedi discretamente um café enquanto sentava na cadeira apoiando o corpo no balcão da lanchonete. Lá mesmo me servi dele e agradeci à moça que me serviu. Abaixei a cabeça e, contido, tomei meu cafezinho.

Não demorou para que ele aparecesse na lanchonete do nada na tela brilhante e pequena - que só cabia ele. Usei meus poderes Jedi mas nem isto foi suficiente para que ele parasse de me perseguir. Ele simplesmente estava em todo o lugar. Uma ameaça à vida, maior que todo o Império junto!! Estava desolado com o fato de a telinha da lanchonete que tanto gosto também ter sucumbido a ele. Deixei o dinheiro do café no balcão e disse a moça que me serviu: "Que a Força esteja com você." e saí desconsolado.

Ele, o Faustão, apresentava o Melhores do Ano (só para melhores) quase que debochando de meus pobres esforços de desviar dele.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

E.T.

Ele veio pra Terra em missão de reconhecimento. Queria estudar os inimigos para saber como derrotá-los e tinha que apresentar o relatório para o chefe - um cara chato e sem graça que vivia enchendo a santa paciência de todos no longínquo planeta no setor B37X chamado 'Phone Home' - entendedores entenderão...

E foi com a missão e a cara furiosa do chefe que o alienígena andou em meio às sujas - põe sujas - ruas do Brasil - "Porque que tive que vir ao Brasil?", pensou ele "Todos os meus amigos pousam direto nos EUA, isso é injusto!". Ele pôde observar o que acontecia ao seu redor com olhar mais atento depois de ter perdido a lotação que nem sequer esperou por ele. Enquanto chutava latinhas de refrigerante nas ruas, ele pôde ver os panelaços, pedaladas, ser roubado numa rua qualquer, morrer de calor, assistir a programação da TV aberta brasileira - incluindo ele. Sim, o Faustão! - e ser confrontado com a pergunta "Já acabou Jéssica?". O coitado do Arlindo - vou chamar de Arlindo, mas pode chamar de Lindo pois eu perdi o Ar... Não! Sou mais forte que isso... Sou mais forte... - teve que ouvir a piada do pavê e assistir o desfile das escolas de samba no carnaval e tirar a foto da identidade, que é a coisa mais triste que um ser humano pode ter de si próprio.

Ele chorava de tristeza na mesa da lanchonete enquanto do outro lado eu já havia terminado meu café e o encarava com muita compaixão. Levantei do meu assento, fui pra perto dele, pus o braço em volta dos seus ombros enquanto nós dois, agora chorávamos e eu falei: "Calma, calma... vai ficar tudo bem. Nada pior pode lhe acontecer..."



Enquanto isso na pequena TV da lanchonete, passava o BBB16.