segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Errou!

Entrei na lanchonete - sim, a mesma do último texto. - na tentativa de não ser perseguido por um indivíduo em particular, que estava em todo bendito estabelecimento para a minha tristeza. Eu usava minha roupa de Jedi, e sabre de luz ao lado. Pedi discretamente um café enquanto sentava na cadeira apoiando o corpo no balcão da lanchonete. Lá mesmo me servi dele e agradeci à moça que me serviu. Abaixei a cabeça e, contido, tomei meu cafezinho.

Não demorou para que ele aparecesse na lanchonete do nada na tela brilhante e pequena - que só cabia ele. Usei meus poderes Jedi mas nem isto foi suficiente para que ele parasse de me perseguir. Ele simplesmente estava em todo o lugar. Uma ameaça à vida, maior que todo o Império junto!! Estava desolado com o fato de a telinha da lanchonete que tanto gosto também ter sucumbido a ele. Deixei o dinheiro do café no balcão e disse a moça que me serviu: "Que a Força esteja com você." e saí desconsolado.

Ele, o Faustão, apresentava o Melhores do Ano (só para melhores) quase que debochando de meus pobres esforços de desviar dele.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

E.T.

Ele veio pra Terra em missão de reconhecimento. Queria estudar os inimigos para saber como derrotá-los e tinha que apresentar o relatório para o chefe - um cara chato e sem graça que vivia enchendo a santa paciência de todos no longínquo planeta no setor B37X chamado 'Phone Home' - entendedores entenderão...

E foi com a missão e a cara furiosa do chefe que o alienígena andou em meio às sujas - põe sujas - ruas do Brasil - "Porque que tive que vir ao Brasil?", pensou ele "Todos os meus amigos pousam direto nos EUA, isso é injusto!". Ele pôde observar o que acontecia ao seu redor com olhar mais atento depois de ter perdido a lotação que nem sequer esperou por ele. Enquanto chutava latinhas de refrigerante nas ruas, ele pôde ver os panelaços, pedaladas, ser roubado numa rua qualquer, morrer de calor, assistir a programação da TV aberta brasileira - incluindo ele. Sim, o Faustão! - e ser confrontado com a pergunta "Já acabou Jéssica?". O coitado do Arlindo - vou chamar de Arlindo, mas pode chamar de Lindo pois eu perdi o Ar... Não! Sou mais forte que isso... Sou mais forte... - teve que ouvir a piada do pavê e assistir o desfile das escolas de samba no carnaval e tirar a foto da identidade, que é a coisa mais triste que um ser humano pode ter de si próprio.

Ele chorava de tristeza na mesa da lanchonete enquanto do outro lado eu já havia terminado meu café e o encarava com muita compaixão. Levantei do meu assento, fui pra perto dele, pus o braço em volta dos seus ombros enquanto nós dois, agora chorávamos e eu falei: "Calma, calma... vai ficar tudo bem. Nada pior pode lhe acontecer..."



Enquanto isso na pequena TV da lanchonete, passava o BBB16.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Radical

Temos muitas atrações nesta cidade de 'Meu Deus!'. Somos campeões quando o assunto é vida saudável e prática de esportes todos os dias... Tive conversando com um colega e acabei decidindo montar minha própria linha de 'sport tour' por aqui! "Sport Tour Petrô - Bem Vindo ao Seu Desafio!"... Será épico. E modalidades, níveis e variações de exercícios 'radicais', não faltam por aqui!

Para começar em ritmo quente, Ciclismo com Buracos MAGISTRAIS nas imediações dos bairros um pouco mais distantes do centro da cidade, uma ótima pedida para quem quer perder aquelas calorias (aqueles quilinhos hein?) indesejadas com emoção e aventura debaixo de um sol I-N-C-E-N-T-I-V-A-D-O-R!!!

E para quem curte (aquela!) Corrida Hardcore, uma boa pedida que te damos é a mais simples possível: anda nas ruas do centro à noite (ou até antes) e se prepara para correr atrás de garotos com muito menos idade que você e que provavelmente usarão o dinheiro que conseguirão vendendo seu celular e usando sua grana para comprar mais umas gramas... (para bom entendedor...) é uma boa pedida para quem não tem apego a bens materiais e deseja uma pegada mais extrema na corrida com o vento noturno batendo na cara.

Não para por aí!! Natação? Temos sim! Natação com Obstáculos é uma modalidade incrível para quem quer treinar vários tipos de nado sem perder o senso de desafio. Dentre os obstáculos: lixo, plantas que se alimentam de lixo,  restos de coisas e esgoto direto no rio, sempre renovando o desafio e aumentando o nível de dificuldade da tarefa! Perfeito para você que sonha em fazer parte das Olimpíadas (que aliás, tão chegando!)... vem treinar com a gente, porque, depois daqui, os cem metros rasos são fichinha...

OBS: Não recomendamos nenhuma dessas atividades para pessoas que possuam algum tipo de doença cardiovascular e/ou respiratória, ou que por um acaso tenha amor à própria vida. Consulte um médico antes de praticar qualquer exercício físico ou loucuras como essas acima citadas.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Sociável

Aquela pizzaria maravilhosa do centro;
Aquele churrasco maravilhoso de Domingo;
As festas de natal e fim de no que se aproximam;
Muitos agitos, muitas novidades, muita coisa legal chegando...

E eu ainda quero saber o que acontece de verdade no final do desenho 'Caverna do Dragão'.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Aviso

Aviso que não quero solicitações de vidas no Candy Crush Saga.

Aviso que estou 'muito' (notou o sarcasmo?) interessado em saber se 3x5 não é igual a 5x3.
Aviso que não me mande mais vídeo de falsete da Melody.
Aviso que não faça mais a piadinha do pavê quando eu estiver perto.
Aviso que pra mim tanto faz Fanta maçã verde ou Fanta maracujá.
Aviso que, por favor, desistam daquelas imagens de 'Se você ama Jesus compartilha, se não, só olha!'
Aviso que a Dilma pare de fazer discursos com soluções 'inteli-jegues' para os nossos problemas (vide: polêmico discurso do estocamento de vento ou das mulheres sapiens).
Aviso que tentem entender a diferença de 'agente' e 'a gente'.
Aviso que não sou obrigado a ouvir o seu paredão de BlackStyle.
Aviso que não sou obrigado a não escrever este aviso.
Aviso que provavelmente você perdeu a noção do significado de 'aviso pelo número de repetições.
Aviso que nem se ocupe em ler este aviso.
Aviso: você foi avisado!

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Sob o Luar

E se pra nós o dia findar?
A luz do Sol se esconder,
O vento frio soprar?
E se, sem querer,
Tudo parecer se arruinar?
E se a noite chegar?

E se, sendo eu e você
Não estejamos aqui
Como éramos pra estar?
Então, que tal na grama cair?
Que tal ver a lua surgir,
E sobre ela deitar nosso olhar
E vermos o amor renascer,
Quando a noite chegar?

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Morte

Eu tava dormindo. Cara, cê não vai crer no que me aconteceu: a morte entrou na minha sala para me levar. Teve que atravessar rios de pacotes vazios de coisas outrora deliciosas, caindo em uma piscininha de garrafas e latas de Coca. Eu estava dormindo, mas acordei com o barulho. Não consegui fazer nada, apenas contemplei meu fim, certo de que já havia chegado a hora. Em silêncio continuei contemplando a imponente Morte, tentando se safar do meu Monte Ruffles, sem muito sucesso. Após ela se desvencilhar de todos os pacotes, suas roupas pretas já salpicadas de amarelo (o salzinho do salgado. Santo salzinho!) Eu já havia perdido o respeito por ela.Tanta zoação com a Senhora, coitada. A face branca da morte olhou para a TV. Passava a abertura do Caminhos das Índias. Ninguém entendia 'Necas de Pitibiriba' do que a letra dizia, mas aquilo gruda na cabeça. Ela olhou para mim e viu uma alma cansada da semana, olheiras, e meu corpo estirado no sofá diante da tela com a barba por fazer e a leve protuberância na região do estômago, causada pelo meu saudável estilo de vida. Eu tomei coragem e falei:
- Você veio me buscar? Estou pronto! - Ao que ela continuou olhando. Depois, veio até a mim, me puxou pelo braço e disse:
- Vem cá meu, me dá um abraço! - E ficamos ali, chorando até ela ir embora.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Bobagens de Sempre

Liguei a TV. Sentei no sofá da sala e enquanto comia um belo pacote de Ruffles, assistia ao noticiário noturno. Tudo estava normal. A TV chuviscava, a Coca tinha perdido seu gás, o Bonner ainda dava seu faceiro 'Boa Noite', a Fátima ainda atrapalhava minha vida, substituindo - se é que posso dizer isto - a Tv Globinho, Cunha continua solto, ainda existem Segundas-Feiras, a piada do pavê continua a ser utilizada e alguns seres vivos não sabem diferenciar entre 'mais' e 'mas'... E assim a vida continua. Eu, esparramado no sofá da sala, e meu belo pacote de Ruffles, diante do noticiário noturno, esperando o Programa do Jô.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Sabedoria

Entre tudo o que se sabe,
O que se diz,
E o que se pensa,
Fico com o
'Saber que nada sei'.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Prova de Matemática

Dia lindo, eu, feliz e sorridente eu me levantei da cama para saudar o amanhecer de forma diferente. Eu sabia que esse dia seria incrível. Decidi começar desejando o melhor para mim mesmo e para aqueles que me cercavam. Decidi ser mais dedicado à escola, aos afazeres de casa e às aulas de matemática, das quais sempre fugi.

Saí cedo de casa para chegar à escola. No caminho ouvia o canto dos pássaros, o sol nascente me enchia de coragem e revigorava o meu ânimo para mais um belíssimo dia. E assim cheguei à escola.
Ao entrar, percebi a formação das cadeiras: a típica ‘filinha de prova’, e a professora a me fitar com um olhar bastante preocupado. Não esperei e sentei. Ela foi até minha carteira com um grande volume de papéis na mão. Ela me olhava preocupada, como que pensando em qual seria minha reação diante do que a mesa estava a me mostrar. Eu peguei os papéis na mão, sorri para a professora – então me lembrei de que era a professora de matemática, e aquele exagero de papéis era da prova dela.  
Quando eu vi aquela enciclopédia matemática, todo o desespero reservado no fundo de meu coração surgiu. Controlei uma lágrima teimosa, que insistia em sair pelo meu olho esquerdo. Pus a prova sobre a mesa e pensei sobre o que faria.

Eu estava perdido. Não teria a mínima chance de passar no teste. Todos os meus colegas – inclusive a galera do fundão – pareciam estar se dando bem nessa. Olhei o primeiro calculo da prova: ‘2+2=?’! Então fiz a única coisa que poderia fazer naquela altura do campeonato: apelei para quem pode mais. Escrevi um ‘Deus é fiel, professora!’ na prova e a entreguei. Seja o que Ele quiser, agora só resta orar!


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Voltei

Sei que dormi
Sei que chorei
Sei que sofri
Sei que cantei
Quanto se passou não sei
Só sei que voltei

Voltei aos dias pensantes,
De reflexões severas e banais
Para contribuir com a História
Constando em seus anais
Com risos, prantos, fatos banais...

Quanto se passou não sei
Sei que acordei
Demorei. Mas voltei.


sexta-feira, 17 de julho de 2015

Notas da Vida

Dia sem Sol
E sem canção
Porém digo que
Lá, dentro de Si,
Encontrarás o que procuras:
O tom da canção
Que se passa dentro,
Dentro do coração.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Superstições

Quebrei um espelho... Um não, um monte em toda minha vida! Avistei muitos gatos pretos em encruzilhadas no fim do dia e acabei passando debaixo das escadas enquanto uma pessoa alerta me dizia para não fazê-lo. Fiz careta contra o vento mais de uma vez. Chinelos emborcados?! Nem chego mais a contar (até pedi às estrelas cadentes que me dessem os poderes do Goku, mas sem sucesso, regressei tristonho).

Um dia desses andava pela rua. Nunca fui supersticioso, mas me pus a pensar no tanto de azar que teria acumulado em minha vasta conta ao longo de todos esses anos. E pensava: "É tudo uma besteira, não existe essa de 'dá azar' ou 'dá sorte'!" era o que eu dizia a mim mesmo. Andava distraído pela rua. Passei debaixo da escada de novo. assim que o fiz, tropecei e cai de cara no chão! Levantei, olhei incrédulo para aquela escada maldita, e segui com medo: "Superstições são reais..." disse eu assustado. "Bom, então posso me preparar para me transformar num Saiyajin!" - e segui alegre.

sábado, 11 de julho de 2015

Máscaras

De tanto usar máscaras me esqueço
De como realmente me pareço.
Enganando aos outros,
Mas principalmente a mim mesmo.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Roubos

Fui assaltado! Ladrãozinho de quinta categoria que me roubou o dinheiro do almoço e da lotação! “Pega ladrão!”, - disse eu – “Não deixem esse sujeitinho fugir com meu dinheiro.” Ele era mais rápido e por isto eu acabei perdendo o que tinha em dinheiro. Fiquei sem o almoço, e continuei com fome até chegar do trabalho à pé, exausto e faminto. O salário estava baixo (cortes, coisas assim) e o aluguel atrasado. Tinha que comprar comida e estava quase sem nenhuma reserva para isto. Comi alguma gororoba que tinha na geladeira, abri o jornal e li as notícias. Os impostos aumentaram ainda mais; os preços lá em cima. O governo não ia me poupar naquele mês. Eu senti a corda ao redor do meu pescoço condenado. Já estava em uma situação crítica em casa. Poderia ser expulso a qualquer momento pelos meses de débitos com a dona Josefa, que é a senhora que me alugou a casinha. Algumas dívidas e problemas financeiros batendo à porta enquanto eu estava sentado na sala.

Jornal na mão e na cabeça o pensamento: “Ladrãozinho de quinta! Roubou o dinheiro do almoço!”

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Pincéis e Telas

Em folhas quaisquer eu desenho Sóis amarelos.
E com cinco ou seis traços é fácil fazer um castelo.
Entretanto, ao pintor é mesmo difícil de decidir
Quando apresentam-se telas em branco,
Esperando ansiosas o mágico colorir.

Observa o pintor, que de pincel não mão,
Retira do mais profundo canto do coração,
A pincelada inspirada, que lhe transmita o sentir.
Telas que não mais verão seu antigo tom,
e serão marcadas pelo expresso dom,
que somente em uma tela, não é possível embutir.

As naturezas, as belezas, O representar daquilo que cantas.
Os sonhos, os beijos... tantas possibilidades (são tantas!)
Falaria eu de amores, de flores, de fortes desejos
Mas tanto posso fazer, com pinceis e telas
Que o simples mencionar me encanta!

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Anotações de um Medroso

Tenho medo. Tenho medo de avião, de terrorismo, de acidentes.
Tenho medo. Tenho medo de ir ao banco, de andar na rua de noite, acho que também tenho medo de andar de dia. 
Tenho medo. Tenho medo de escuro, de ficar só, de estar acompanhado por muita gente, ou de não ser convidado para as festas. 
Tenho medo. Medo de cães, medo de rio, medo de altura, medo de sapos, medo de barata, e de todo tipo de inseto. Tenho medos incontáveis (pois temo um dia contá-los e descobrir que são muitos). Tenho medo de ter medo. 

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Incógnitas Hiperbolísticas

Posso eu morrer de sede e ainda andar?
Posso eu falar pelos cotovelos, 
se nem tenho neles língua,
pra começar?
Não sei responder
Essas incógnitas hiperbolísticas,
Nem sei como as decifrar.

Somente disso sei dizer:
Não posso morrer
De amores por você,
Se é esse amor 
Que me faz respirar.


segunda-feira, 22 de junho de 2015

Esperança

No cume do monte, sozinho. Eu e meus pensamentos apenas, numa conjunção de desesperança e incerteza do amanhã que me tomavam. Era muito comum, como o é para todos nós humanos, sentir o desespero de não saber o que está por vir, e portanto, esperamos quase sempre o pior das coisas, e das pessoas que nos rodeiam.

As ideias não se fixavam num ponto certo,aliás, nada parecia ter sido correto até esta altura do campeonato entediante e ilógico da vida. Pensei bem, e cheguei a conclusão de que a vida era mesmo esta "história contada por idiotas, cheia de ruído e fúria, que não significa nada no final". Eu nada tinha conquistado de significativo, nada no que me pudesse vangloriar, na verdade, e isto é outra coisa comum a nós humanos.

Mas, olhei para as nuvens, já mais próximas. Descobri que, eu já havia escalado o monte, e que a chuva estava pronta para cair, gostosa e em seu peculiar cheiro, sobre mim. Vi árvores novas, animais a correr pelas matas, e descobri que eu estava profundamente errado sobre tudo que pensava saber. Senti então, a suave brisa que me percorria o corpo e a alma trazendo consigo o suave sentir de esperança de que tudo poderia ser diferente.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Linguagem

Tenho minha linguagem
E meu jeito de ser.
Não sei falar inglês
E ninguém tem nada a ver.

Não sei falar 'Gudi mornin'
E assim a vida vai.
E se me perguntar:
"Do you speak English?"
Eu digo: "É tú e teu pai!"

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Livros

Livros. Mesmo sem saber nadar, mergulho fundo e percorro cada página, como uma criança afoita a procura do leite materno. Como um curioso detetive, procuro com avidez, saber como a história acaba, e ao chegar ao fim, um desejo desesperado de comentar acerca do que li.

Há sim, livros que nos fazem chorar, rir, pensar, imaginar livremente, ou até sentir raiva! E cada um deles possui a função de equilibrar nossos sentimentos, a fim de que tenhamos tudo sob medida. Eles nos cativam, nos enchem de boas lembranças, ou não. E é isso que admiro neles: a capacidade de me prender e de me fazer ir a um mundo completamente diferente deste. Um onde eu possa correr livremente, sem as amarras impostas pela sociedade e seus modos de pensar. Ser eu em minha mais completa forma.

Livros. São muitos os seus personagens, e diversas suas lições a 
nós. Cheguei a detestar Otelo, por sua estupidez e ciúme, a chorar com Jeremias, em suas lamentações, a refletir com Salomão sobre o sentido – ou a falta do mesmo – na vida humana, e a rir dos atos de Nasrudin, o califa. Em diversos momentos, torcia pelos mocinhos, e outrora, pelos vilões das histórias. Falava com personagens de livros, às vezes em voz alta, quando eles haviam errado por certas atitudes, e suspirava aliviado, quando meus favoritos escapavam das sentenças de morte. Socos no ar quando acontecia algo incrível e uns “uhus!” bem altos ao ler das cenas e pontos altos, onde cada personagem mostrava sua força.


Livros. Porém, há um momento em que temos de deixá-los, pois, o 
mundo real nos puxa de volta. Retorno de meus mergulhos nas profundas sabedorias e enredos bem amarrados e fantásticos dos livros. Mas fica uma vontade interminável de me tornar peixe para neles estar sempre mergulhado.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Dia dos ‘Nãomorados’

O amor está no ar
Os presentes, o carinho,
Os abraços confidentes,
Palavras ditas no olhar.

Almas, enfim conectadas
Na alegria do amor eterno
O amado, sua amada...
Sei que é lindo!!
Mas só observo.


segunda-feira, 8 de junho de 2015

'Visagem'

Um dia desses, bastante ensolarado - como o são todos por aqui - eu caminhava pela rua e me encontrei comigo mesmo daqui a uns não tão distantes anos.
Eu era bastante calvo e tinha quase o mesmo porte físico que o atual, exceto por um início de barriga, um volume que se destacava na camisa de uma cor fraca e sem graça. Eu no futuro, uns quarenta, usaria um par de óculos que seria pior do que o atual em grau. Teria também uns fios brancos nos poucos cabelos que me sobrariam e uma barba rala e sem estilo.

Percebi também, que meu eu maior tinha uma cara de resmungão, nunca alegre pelo que fazia, quando fazia. e um ar esnobe numa face cada vez mais preenchida por rugas. Eu não trazia amigos do futuro. Estava sozinho. E foi aí que percebi que o quarentão me olhava e chorava algumas lágrimas que eu sabia que saíam do fundo da alma. Desejei reconfortá-lo. Eu certamente não me permitiria ficar daquela forma. Eu aproveitaria cada segundo, cada oportunidade, desde aquele dia que me encontrei comigo mesmo.
De repente, me peguei caminhando novamente pela rua, mais uma vez sozinho e percebi que a temperatura aumentara bastante. Eu suava debaixo do escaldante sol. Limpei o suor e me lembrei daquilo que vi segundos atrás:
"Que calor! Até estou tendo visagens...". E continuei, como se nada tivesse acontecido.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

No Meio do Caminho (releitura)

No meio do caminho tinha a internet
Tinha a internet no meio do caminho
Tinha a internet
No meio do caminho tinha a internet

Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
(celular, notebook, tablet, sabe como é?)
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha a internet
Tinha a internet no meio do caminho.
Deixei de ir onde ia,
Relaxei e me sentei à vontade
Pra usar dela um pouquinho...
Tinha internet no meio do caminho.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Cansaço

Acordei cansado, levantei cansado, escovei meus dentes cansado, me olhei no espelho e lembrei vagamente de um dos personagens zumbis do Resident Evil. Saí cansado de casa (tava cansado demais para tomar café da manhã), atravessei as ruas cansado, fui trabalhar cansado terminei cansado... Eu estava morrendo de cansaço!
Até escrevendo cansava, por isso o texto pequeno. Era Sábado à noite, eu saí, mas ainda tava cansado!! Voltei para casa cansado, assisti um pouco, mas ainda cansado e dormi por umas 4 (esse quatro é mais curto e divulga o novo 'Quarteto' - quem lê que entenda) horas ainda cansado. Acordei no Domingão (do Faustão) - ou não - cheio de coisas para fazer e então soube que mesmo no Domingo eu tinha trabalho... E continuei cansado, cansado, cansado... repetindo isso até ficar sem saber o significado da palavra...

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Caminhos

Seguindo a via imensa
em direção à felicidade
às vezes também pegamos
as curvas da adversidade.
Um caminho, às vezes solitário
mas às vezes, cidade.

Em vários outros momentos
pelos quais temos que passar
às vezes por muitos erros
precisaremos retornar.

E nas encruzilhadas
em que duvidamos
cabe-nos escolher
por onde vamos
e ter cuidado
pra não trocar por coisas vãs
Aquilo que acreditamos.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

No Ônibus

Não existe lugar como o ônibus lotado. Para os leigos no assunto, o ônibus é um transporte coletivo (vulgarmente chamado de ‘lata de sardinhas’, de modo bem justo), que transporta passageiros aos destinos desejados, se, os mesmos conseguirem puxar a cordinha quando for a vez dele, e mesmo quando o fazem, podem correr o extremo risco de descer uns dois pontos depois do desejado - se tudo fosse como desejássemos...
Como disse em minhas palavras, não há lugar como o ônibus lotado. O calor humano, e seus desagradáveis odores, raramente serão tão intensos como neste veículo. Temos nele, uma diversidade de mentes e inteligências que se encontram num mesmo local. Temos a clássica briga pelo assento preferencial, onde um garoto, que mal saiu de suas fraldas molhadas, não quer entregar o lugar para um senhor, que acabou de voltar a elas.
Há os mais diversos clássicos do ônibus, tais como: a galerinha do fundão, que fala muito, mas muito alto mesmo – superam a altura máxima do meu fone de ouvido mesmo num ritmo de rock -, temos uma galera que geralmente conhece o(a) cobrador(a), e que também fala alto! Temos também, aqueles dos quais conhecemos toda sua vida e seu histórico do dia, simplesmente pelo fato de falarem tão alto ao telefone, que nem dormindo não se escuta. São os famosos: “Ei João, mande Maria ir na padaria comprar o pão, porque eu tenho quase nada de dinheiro aqui meu filho. E depois, diga pro sem vergonha do Julinho, que ele vai levar uma ‘pisa’ quando chegar em casa, não é possível, logo hoje que eu fiquei tão doente... É filho, fui tomar um caldinho de mocotó, e tô com uma dor de barriga triste...” E por aí vai!
Não posso deixar de citar, as famosas frases: ‘Fasta aí, fasta’ – qualquer semelhança com algo que você conheça, é porque é exatamente isso! – ‘O pé debaixo é meu’, ‘Paraê motorista!’, ‘Cabe mais ninguém aqui’ (essa última é mentira. Sempre cabe mais um no ônibus), ‘Vão passando lá pra trás pessoal’, ‘Para sua segurança, este veículo só trefega com as portas fechadas’, ‘Troco máximo é 10,00 reais’ – mentira! – ‘O ônibus quebrou pessoal, vamos descer e passar para o outro’ e ‘Essa tarifa é mais do que justa!’ – mentira de novo!

Tem um povo novo agora, que tem umas carteirinhas com cadastro biométrico. Dá uma enrolada pra passar da roleta! Ainda não sei como funciona o negócio, mas vou descobrir um dia qualquer aí. Ah! O ônibus lotado... Não tem lugar igual! Às vezes, estamos tão espremidos, que se você jogasse um agulha dentro do ônibus, ela voltaria. Nós desafiamos a lei da física – quem disse que dois corpos não podem ocupar um mesmo lugar no espaço? Até três corpos conseguem! – e tem dias, que minha mochila passa a ser parte de minha anatomia, de tanto que fica apertado por lá. Sem contar que temos uma real experiência dos Velozes e Furiosos! Cada drift maneiro que eles fazem com os ônibus. E as lombadas? Que maravilha!

sexta-feira, 22 de maio de 2015

O Choro

O choro se ouviu,
À distância se ouviu
Ela chorar.
Era tão estridente,
Tão alto e tão triste,
Que nem era
Necessário procurar.

O que é o choro?
Do que nos fala?
Por que se criou?
Como pode se dar,
Que de tristeza
Ela chorou?

Quem de alegria chora,
Manifesta a todos
Que viver tem valia.
Quem de tristeza porém,
Mostra que, mesmo o mais frio
Que delas derrama,
Já amou algum dia.

O choro se ouviu,
À distância se ouviu
Ela chorar.
Era tão estridente,
Tão alto e tão triste,
Como foi-se o seu amor
Para não mais voltar.




segunda-feira, 18 de maio de 2015

Máquina do Tempo

Sei lá! Às vezes, só às vezes, gostaria de ter uma máquina do tempo. Não, nunca para corrigir erros do passado (alguns eu corrigiria mesmo), pois o que acontece ou não, é para que tenhamos experiência e formemos a nós mesmos... Mas chega deste melodrama!
Gostaria de ter uma máquina do tempo para voltar e tentar mudar algumas coisas que me fariam bastante feliz, ou até conseguir respostas para algumas perguntas.
Começaria com a clássica do ‘ovo ou a galinha’, depois desconstruiria a piadinha do pavê para que não tivéssemos que aturá-la, enxerida em nossos jantares em família e nos natais da vida. Eu tentaria também, convencer a Pitágoras que ignorasse a ideia do seu teorema maluco, ou impediria o cara do Titanic de dizer que aquele maldito navio nunca iria afundar, nem se Deus quisesse (acho que distraí-lo seria bom o suficiente) e assim evitar o romântico – meloso! – filme que viria a seguir.
Eu queimaria o cavalo de Tróia antes mesmo de cruzar os portões da cidade. Diria ao inocentes índios que não vendessem o precioso Brasil por um monte de bugigangas. Eu teria uma séria conversa com o inventor do arrocha, aceleraria a criação do miojo, impediria Shakespeare de matar Romeu e Julieta, propondo um final alternativo (um onde os dois ficassem juntos no final, pois ninguém merece! Li todas as páginas do livro para no final os dois morrerem? Nem me venha com essa: ‘foi o que deixou a história emocionante’! Que nada!).

Após respirar um pouco, ficar mais calmo, eu percebi como foi bom eu não ter uma máquina do tempo. Mas, pensando melhor, poderia ter inventado o sorvete bem mais cedo e...

sexta-feira, 15 de maio de 2015

O Amador


Tenho versos pra montar,
Tenho música a compor,
Tenho prosas, tenho amigos,
Tenho risos, tenho amor.
Também choro em momentos,
Pois humano também sou.
Sou andarilho em rumo ao lar.
Mas da beleza deste andar,

Simplesmente amador.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Comida

Comer. Um verbo, cinco letras, duas sílabas, que são suaves ao ouvido da gente. Eu particularmente amo comer e devo faze-lo, pois sou um agraciado nesta terra:  o cara que come e nunca engorda – é, mas, deixa a velhice chegar meu camarada!

A comida é tão importante, que dedicamos a ela três horários principais na cena, e mais os pós-créditos e cenas deletadas do filme da vida. É um momento mágico, a hora de comer. Pense nisto: só o processo da preparação do alimento já nos é incrivelmente prazeroso, seja você um chef de cozinha ou um universitário comedor assíduo do Lámen (miojo, para os leigos nesta arte da vida). Há quem diga que o mais alto grau de perfeição numa invenção foi a do miojo. Eu não discordo.

A comida é uma questão filosófica, também. Ou você nunca ouviu a expressão “Você é o que você come?”. E a filosofia da pergunta está em: Se eu como vários tipos de comida com frequência (feijão, arroz, carne, macarrão, salada, sobremesa e um infinito de coisas) eu seria um cara com sérios problemas de personalidade?

A comida é uma questão filosófica, fisiológica, de gosto e influenciadora em todo número, gênero e grau! Teorias me fazem ter o bom humor de crer que o universo é uma enorme panela de sopa com vários ingredientes e que dela somos o pozinho do tempero. Ou, que a Terra é um grande pote, com batatas fritas, enormes pães da Subway e continentes inteiros de sorvete... deu água na boca! Mas, uma coisa é certa, seja ou não uma questão filosófica, praxiológica, fisiológica ou subconsciente, o fato é que todos amamos comer; em várias circunstâncias podemos provar isto, mas, escolhi dois momentos únicos onde o fazemos.
É normal, por exemplo, em um aniversário, sentirmos vontade de comer, pois foi para isto que fomos convidados – ops! Acho que a opção certa, você me diria: ‘vamos para felicitar o aniversariante e demonstrar todo o nosso carinho’, ou não! Você chega no seu banquinho com um pratinho de salgados (rabo de tatu, ‘coxINHAS’ e o bolo da festa, com um copo de Dolly na mão – Simbá ou frevo, se acharem melhor), e seus colegas, com a boca cheia, ainda têm a coragem de dizer em voz alta: ‘Nossa cara, já tá no sexto pratinho!’ e isso te deixa com vergonha, pois você vê uns dois parentes do aniversariante, inclusive a tiazona (vide: crônica ‘Reunião no Olimpo’), o que te deixa com vontade de enfiar a cara no mais profundo do solo até alcançar o centro da Terra. Os ‘parabéns-pra-você-eu-só-vim-pra-comer’, que são típicos desta festa, e exprimem o quanto o(a) aniversariante é mais importante do que a comida que ele(a) está oferecendo.

No churrasco, ensinamos o bode a nadar na Coca-Cola – se preferir ainda, Dolly, Simbá, ou Frevo, tudo bem. Gosto não se discute. – e comemos aquele – de praxe – vinagrete, com uma farofa comprada no primeiro frango assado da área, o arroz e raramente um molho.
‘No churrasco, vamos para comer carne!’ Esta é a declaração de alguém que nunca foi a um churrasco. Nos entupimos de refrigerante, de arroz, de vinagrete, de feijão e ao falarmos de carne, não seja inocente a ponto de ver um bode assado em magníficas condições para ser levado à boca, e sim, pense na boa e antiga linguiça. Ela mesma! Ela tapa o enorme buraco da falta de carne boa e é mais barata do que qualquer outra carne! Sim. Nos entupimos de tudo num churrasco, menos de bodes e bois da vida!

 Ao fim, poderia citar vários lugares, mas, me resta saber que tenho que preparar meu miojo, por isso, vou largar mão deste texto de uma vez, e vou comer. Com licença!

sábado, 9 de maio de 2015

Eu: O Outro

Apontei sem nem pensar,
Sem dó, nem piedade, falei
Deste cara que sempre vejo.
Disse o que dele sei,
Não deixei nada faltar
E em suas falhas, foquei mesmo.

Disse para todo mundo
Sem tirar, somente pôr
Suas falhas e defeitos.
Disse: ‘Ele não tem jeito
Tanto que lhe dei conselho.’
Mas, de repente me vi,
Apontando para mim mesmo,

Diante de um espelho.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

M.U.L.H.E.R.

A famosa Mente Única que Laça o Homem e Embeleza a Rima, ou simplesmente M.U.L.H.E.R. O seu grau de capacidade em muitas coisas nos supera. A habilidade de saber o que se passa ao seu redor, e de se comunicar com gestos que lhes são próprios, ou até com olhares, é algo que chega a ser espantoso. Sabem que palavras usar quando querem algo, uma manha para conseguir burlar regras e situações que todo o jogador de CS (Counter Strike, para os leigos) deveria saber.

Não se engane: elas sabem quando estamos mentindo, homens. 'Cê tá me achando gorda?', é só uma das inúmeras perguntas nas quais, se somos diretos, ou não, elas sabem o que queremos dizer.

Elas completam o universo masculino, e o universo em si, em todos os sentidos, e me atrevo a dizer que são essenciais ao mesmo. E para você, que acha que estou errado, só peço o seguinte: tente descrever um homem num poema. e certamente você não terá a quase mágica beleza que se tem quando são elas enfeitando o poema.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Faltou-nos Poesia

Falta-nos a paz,
Falta-nos o amor,
Falta-nos o perdão,
E menos do rancor.
E no coração,
De todos faltou,
Um tanto dessa ação.

Em toda essa nossa
Jornada sofrida,
Onde umas por sorte
(Isso não sei),
São interrompidas,
Faltou-nos de tudo,
Mas, principalmente
A poesia da vida.


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Reunião no Olimpo

Zeus – o ‘zé’ - convocou uma reunião em família (o cara tinha uma família estranha de verdade) e nesta reunião ele tinha o propósito de falar com os outros acerca de assuntos importantíssimos. Ele estava cansado de ser o manda chuva, e queria umas férias no Alabama ou no Taiti, para sair do estresse. Como sabia que todos o achavam o maior chato, e ninguém o atentaria se aquilo fosse uma reunião, ele os convocou para uma festa, com direito a tudo. Claro, como disfarce para sua importante reunião. Maldita hora que ele fez isso!
O primeiro a chegar, claro, foi Dionísio o beberrão da família, que já chegou perguntando onde estariam os barris de vinho, sem dar muita atenção ao anfitrião da festa, e provavelmente estaria bêbado antes mesmo dos outros chegarem. Ele era o tiozão das piadas inúteis como: “o Pavê é ‘pá vê’ ou ‘pá comê’?”. Hades, a ovelha negra da família - finalmente um trocadilho que deu certo! – não foi à festa pois era muito antissocial para estas coisas e preferiu ficar em sua caverna ouvindo System, Slipknot e Avenged Sevenfold.
Apolo, o marombado, chegou com sua manta apertadinha na região dos braços e tinha um copo de Whey na mão. Era o cara que fazia as minas do Olimpo babarem. Super afim da Afrodite. Ele era conhecido como o deus garça: grandão do abdômen para cima e fininho da cintura para baixo.
Logo após, Poseidon, o ‘rasta’, parceiro da galera, o mais calmo na festa, que veio em todo seu estilo havaiano, com conchas e estrelas do mar. Um cara maneiro e muitas vezes filósofo. Tinha também a Hera, a tiazona sem graça e que sempre corta o nosso barato, estava ao lado do maridão que nem sequer fora notado pelos demais. Pã, o DJ da festa, começou tocando um batidão para levantar a galera.
Atena, a nerd da família, queria passar no vestibular e estudava sem parar mesmo. Mas mesmo ela, desistiu dos livros e foi juntar-se ao grupão, para uma louca dança ao som do Mc. Aí entrou o Hermes, o cara com quem não dá certo ir numa festa. Ele era explosivo e temperamental demais. O bocão da família. Comia feito um elefante. Ele pediu uma música eletrônica para o Mc Pãzinho, que atendeu na hora ao pedido. E foi aí que entraram nossos dois últimos convidados para a festa: Hefesto e Afrodite, acompanhados do pequeno Eros, o menino da deusa, e que todos, exceto Hefesto, sabiam não ser filho do ferreiro - Vai por mim, as pontas de Hefesto eram tão grandes que cortariam a terra no meio, como uma faca num queijo! O inocente – ‘Sabe de nada!’ –, deixou sua esposa dançando – com Apolo! –, e foi até Zeus para saudá-lo. Hefesto era um cara certinho. Embora não desse a mínima para o que Zeus queria, ele achava certo saudar um anfitrião em sua festa, enquanto ‘Didite’ – era o apelido carinhoso dele para ela – se insinuava ao Apolo.

Zeus gritou mais de uma vez, pedindo a atenção da galera. Ninguém lhe deu ouvidos. Cortou o som e uma gritaria se instalou na festa: mil vaias a Zeus. Ele teve de religar o som, mesmo como o dono da casa. Ninguém iria prestar atenção nele. Por sorte Hera... Ela se juntou ao grupo, deixando Zeus sem ninguém. O deus pôs as mãos no rosto: ‘Que ideia estúpida a minha!’ – se lamentou – ‘Deixa pra lá a reunião. Eu vou dormir. Tenho uma partida de dominó, de canastra, e umas consultas amanhã e devo descansar. Oh, a idade...’

sábado, 25 de abril de 2015

De Ampulhetas e Afins

Relógio de bolso,
Relógio de sol.
Há o analógico
e o digital.

Do que todos falam
a pensar me ponho.
Seja a ampulheta
ou o badalar medonho,
o que todos marcam,
sempre em precisão,
muitas vezes é
empecilho do sonho.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Coragem Desmedida

Hoje eu acordei com uma coragem incrível! Nem parecia mais eu.

Me dispus a acordar mais cedo, arrumei minha agenda da semana, e nela inclui todas as atividades importantes (pus até um horário reservado aos exercícios físicos!). Decidi sair do sedentarismo e ir a uma academia. Eu queria organizar minha vida completamente e começaria toda essa mudança a partir de hoje! Fui radical comigo mesmo, me propondo a uma dieta das coisas ruins com as quais me alimentava. Naquele dia, pus um fim às coxinhas suculentas, aos bolos de chocolate, aos potes e potes de sorvete que havia comprado. Carne vermelha? Nunca mais! Diria adeus aos churrasquinhos em família, onde a carne que comíamos era afogada e deteriorada por longos e deliciosos goles gelados de Coca Cola. Serei um nato comedor de peixe (e isso porque lembrei dos sábios conselhos da mulher da TopTerm, que, com voz de cabrito, me dizia que o peixe possui uma grande quantidade de Ômega 3).

Chocolate? NEM PENSAR! Chega de espinhas pelo rosto, para satisfazer este maldito prazer carnal! Só comeria biscoitos integrais de aveia, pois fortalecem o corpo, e nada mais de café: chá, será minha nova bebida. Não consigo nem pensar como vocês, meros mortais, conseguem sobreviver comendo e vivendo assim! Comem tudo que querem, dormem quando bem entendem ser legal para vocês e não se restringem. Vocês nunca serão felizes assim. Morrerão jovens demais, e nunca terão a alegria que eu tenho! Eu estou oficialmente fora desta vida, e tenho dito!

O dia passou rápido, eu ia já pra cama. Então lembrei da Netflix e de um pote de napolitano, que me esperavam ansiosos para a visitinha da noite, como de costume. Não resisti: comi todo o sorvete naquela mesma noite e fui dormir às 3 da manhã, com um belo sorriso de satisfação no rosto: deixa a dieta pro ano que vem mesmo!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Elegia ao Amor no Século 21

Trocado foi, por ilusões,
O Amor no século 21.
Um sentir passageiro,
que como a palha queima,
surge hoje e amanhã se vai
sem deixar rastro algum.

Hoje tudo é descartável.
Como descartável és, e também o sou.
Se torna por fim inútil,
e, assim como todo o resto
também o Amor se descartou.

Nós pensamos saber,
pensamos sentir,
pensamos pensar,
mas não sabemos nada.
Pensamos saber
o o que seria Amar,
mas, assim como o Amor,
esta nossa ideia,
também foi descartada.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Entre Bemóis e Sustenidos

Eu cantava, ela também. A cada nota musical, uma risada de alegria. Quando fazíamos música, era um momento mágico e ótimo! Os duetos eram incrivelmente lindos (ao menos em minha cabeça) e muita gente gostava. Saltávamos entre tons e canções com uma sincronia quase que perfeita... Minha querida amiga cantava mais que um rouxinol, e eu acompanhava todo aquele talento extasiado.
 O gramado na escola, o pátio e até uma sala vazia, eram um palco para nós. A amizade realmente era musical. Momentos 'jazz', com notas pra cima, momentos 'bossa', na tranquilidade, ou mesmo a dificuldade de circunstâncias onde se retiravam de nós as notas mais profundas como de uma cantiga pesarosamente triste, que nos arrancavam lágrimas dos olhos. Mesmo assim, mantivemos essa 'amizade musical' e estamos vivendo entre os bemóis e os sustenidos da canção mista da vida.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Um Bloquinho de Anotar

Como posso eu dizer
daquilo que vi e que senti?
Decerto nunca conseguirei descrever
a vastidão da vida e dos sentimentos
Que sinto, todos aqui.

De que maneira posso aqui lhes falar
das grandes alegrias
e de todas as tristezas
num bloquinho de anotar?
Se a vida é tão imensa
como a posso relatar?

A vida é um mar,
e não algo que acabou...
Peço perdão, por um instante,
pois falando eu da vida,
me esqueci que isto é um bloco
e que o espaço acabou.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Contrastes

Cheguei em casa debaixo de chuva, e apesar de a noite ter acabado de começar, tinha a sensação de que já faziam horas. Abri a porta, me despi de minha capa de chuva e do guarda-chuva que tinha em mãos e do meu chapéu. O cenário estava às escuras, mas mesmo assim consegui encontrar tudo que queria: minha poltrona confortável, meu jornal no bolso do paletó, sequinho, e ligando o abajur, me pus a ler.
Notícias de todo o gênero, que me levaram a crer que o país estava tão escuro e sombrio como fora da minha aconchegante casa. Larguei o jornal e fui me preparar uma xícara de chá.

Fui à janela para saber a quantas ia a chuva torrencial. Continuava forte, mas não impedia pessoas aos montes de caminhar nas calçadas, indo em direções opostas para o mesmo lugar: nenhum. Apanhei a xícara, e tomei um belo gole do meu chá reconfortante. Terminando tudo, pus a roupa de dormir, fiz minhas costumeiras preces e deitei. O dia havia terminado, já era tarde, mas ainda chovia forte. Entretanto, mesmo naquela situação, em meu coração havia esperança. Eu estava vivendo um verão eterno, que nem a mais pesada torrente de águas iria apagar..

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Sentimentos Digitais

Digitei 'enter'
Na caixa de texto
Do meu coração.
Vi que escrevi 'te amo'
E tentei depois envia-la
Mas a net fraca
Não me ajudou não.


Bloqueei uns amigos,
Cutuquei os sumidos,
Teclei com os demais,
Me afastei, entretanto,
Destruindo o encanto
Em coisas banais.


Não vivi os momentos,
Transformei meu tempo,
Em nada, nada mais
Do que o que não experimento,
Vivendo assim sentimentos,
Sentimentos digitais.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Se eu Tivesse Poderes

Quando eu era criança, sempre quis ter superpoderes (quem nunca?). Voar, ter super força, velocidade, controle de elementos, e todos os outros poderes 'super-hiper-mega-ultra-master-blaster' incríveis. Cresci, e a vida tirou de mim esta vontade e a substituiu - por trabalho, trabalho, trabalho, compras, trabalho, ficar e casa no Domingo, trabalho.

Porém, numa bela noite, deitado, estive pensando novamente sobre esta questão. Por que não tenho poderes? Mesmo assim, pra que saber voar, ter super velocidade, grande força e outros 'super-hiper-mega...'? Isso é coisa de criança. Preciso de poderes mais incríveis.

Eu poderia ter o poder de controlar a inflação, ou o de saber, quem vem primeiro: o ovo ou a galinha (o último foi piada, mas até que resolvia muita coisa). O poder de produzir dinheiro (tá melhorando!), ou o de saber imitar o olhar 49 do Bonner no final do Jornal Nacional, quando ele diz: 'Boa Noite!'. O de saber do que falam as mulheres quando se reúnem no banheiro (deve sair cada conversa!) ou de despoluir o planeta. Sei lá! Só não dá pra ser o Homem-Aranha, porque por estas bandas ele não soltaria teia, e sim andaria de bike. Tanta coisa que eu faria, se eu tivesse poderes...

sexta-feira, 27 de março de 2015

De Repente... Sumiu!

Um dia, tudo passou:
As alegrias e as tristezas,
Fica pois o verso,
Assim, disperso,
Sem o seu autor.

Num dia, 
Um viver primaveril.
No outro,
Como a flor do campo,
Como mágica,
De repente...
Sumiu!

segunda-feira, 23 de março de 2015

Segunda-Feira

Era noite de Domingo, e eu já havia criado raízes profundas no sofá da sala - sério, ele já era parte de minha anatomia. Eu havia lido um livro que ganhei de presente no ano passado, assisti alguns filmes no meu laptop e cansei. Sei que não havia levantado do sofá, mas estava cansado.

Comecei a pensar na vida. Me veio então o pensamento do amanhã: Segunda-feira. Pronunciar este nome me fez mal. Ah, se eu mandasse no mundo! Minha primeira lei mundial seria a da extinção deste dia hediondo. No lugar do amaldiçoado nome, poria de 'Domingo 2.0'. Um Domingo muito melhor, sem Faustão!

Teríamos nossa vingança, amigos! Nós riríamos por último na cara da Segunda-feira. A julgaríamos pelos seus crimes contra a humanidade. Faríamos justiça por todos aqueles que acordaram da festa de ontem e foram trabalhar a caráter, como zumbis do 'The Walking Dead'... Adeus à dor de cabeça enquanto você trabalha. Chega de prova adiadas para a Segunda! Seríamos enfim, felizes. E, sabem... estive pensando: E a Terça-feira? É  eu acho que também teria que...

Eu pulei do sofá, assustado. Eu dormi demais e estava atrasado pro trabalho. Me arrumei e saí sem tomar café. A lei da extinção da Segunda-feira pode esperar, meu patrão não.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Era Pra Ser Outro Verso

Eu era um cara comum:
saía Sábado à noite,
encontrava com uns amigos,
e geralmente íamos
nos divertir.

Eu me achava feliz:
vivia sempre sorrindo,
eu era um raio de sol,
que no horizonte vinha a surgir.

Eu tinha uma vida legal:
vivia com a casa cheia,
e nos Domingos de ceia,
não havia jantar igual.

Eu era feliz no emprego:
exercia bem o meu cargo,
pagava minhas contas,
sendo assim, nada mal.

Eu era um cara faceiro:
meu jeitinho brasileiro,
me proporcionava êxito,
na conquista e coisa e tal.

Mas era desinformado.
Não dava bola pro governo,
nem pro que decidisse,
contanto que permitisse
que eu continuasse assim,
era cada um pro seu lado.

Assim foi como vivi,
até que então percebi
no que havia me enfiado.
Os corruptos homens cultos,
a quem nunca dei bola,
atacaram-me na hora,
que estava mais desligado

Fui tolo ao não dar atenção,
me tomou tudo o ladrão,
que nunca vi face a face.
tomou conta do mercado,
surrupiou todos nós,
e mesmo dentre quem viu tudo,
tinha quem não cresse não.

Eu era um cara comum.
Eu me achava feliz.
Eu tinha uma vida legal
Eu era feliz no emprego.
Eu era um cara faceiro...
e hoje se me pergunta:
"Quem é você afinal?"
eu respondo:
"Sou aquele cara não."

segunda-feira, 16 de março de 2015

Bons Tempos

Oh! Tempos de escola. Lembro-me como que há pouco mais de um ano (Foi há exatamente um ano), eu estava a ponto de concluir minhas peripécias escolares, e avançar ao nível - segundo minha concepção - semi-deus do conhecimento. Eu era um dos famosos 'feras' do colégio! Lembro que como tal, no próximo ano, eu não estaria mais lá, e os novatos que chegassem na escola veriam meu rosto estampado, junto ao de outros semi-deuses num quadro na parede. Eles me venerariam. Irão querer ser como eu um dia, e se perguntarão como eu conseguira ter feito tal façanha. Mortais!

Éramos um grupo de sobreviventes dos Jogos Vorazes, versão atualizada: A Escola!  Cada um de nós tínhamos o próprio grupo. Haviam as garotas, juntas de um ou dois rapazes, que sempre tiravam 10 em quase tudo. Eram os CDFs. As garotas em especial deste grupo, eram grande parte, patricinhas. Não entendo como, sendo CDFs, poderiam gostar dos pagodeiros do fundão. Tinha o povo do meio, que era meio-tudo. Meio estudiosos, meio preguiçosos, meio engraçados, meio chatos, meio tagarelas, meio calados... Em geral eram o grupo dos sem grupo (se é que isso faz sentido). E, claro! Tinham os não estudiosos (ou, grupo de pessoas que se assentam nas cadeiras que se encontram nas proximidades da parede que esta paralela à parede da lousa, para os CDFs de plantão) que se escoravam na inteligência cêdeéfica na hora de apresentar trabalhos, ou de colar nas provas. Dentre eles, os pagodeiros. Estes eram os caras descolados, com bonés aba reta, camisas sem manga, óculos gozados, shorts de cores vivas, ou calças esquisitas, com o fundo bem grande que pareciam lonas. Os tais que citariam letras - letras? - de Blackstyle, ou de Parangolé, com a mesma firmeza e senso de confiança que um intelectual citaria Descartes e Freud.

Eu, é claro, era daqueles que sentava no meio, de cabeça baixa, copiando... às vezes entendia, às vezes não. Eu teria muito o que contar aos meus netos. Mas agora preciso deixar os meus penamentos do passado de lado. Tenho que estudar para defender minha monografia. Oh inferno!!

sexta-feira, 13 de março de 2015

Imaginação

Sou grão de areia no vasto universo,
sou gota d'água perdida no mar;
Sou pequena palavra que faz rimar o verso,
Sou mero detalhe de um grande encenar.
Do inteiro conhecer, eu sou parte.
Andarilho qualquer em eterno vagar

Eu também sou montanha, a tomar a visão.
Posso ser cometa, ou, talvez planeta,
que é cheio de vida, cheio de emoção,
Com memórias, momentos alegres...
Onde nunca há escuro. Um fruto da imaginação.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Ela

Ela passou por mim. Sim, foi ela. a bela moça que sempre passava no finzinho da tarde e que alegrava a minha vida. A moça que tinha uma pele cor de café com leite, e um vestido florido que lhe caía até os joelhos.
As alças do florido vestido, deixavam a mostra seus ombros, tão convidativos ao carinho noturno. Era ela que passava por minha rua. seus cabelos negros ondulados, como uma maré suave, porém, forte o bastante para derrubar meu coração, já há muito amolecido. Ela tinha o cheiro das mais raras fragrâncias, que jamais eu pensara em sentir. consideraria vício meu naquele cheiro, toda vez que ela passava.
E eu? Só um rapaz normal, com uma calça suja, uma camisa amassada, e chinelas da Havaianas
(paraguaias, com certeza, nunca Havaianas mesmo!). Tentei até me arrumar na hora, e me ajeitei sobre o tamborete, que usava como cadeira.

Ela passou por mim. Aquela pele café com leite, olhos verdes clarinhos, cabelos negros ondulados, um jeito de andar sensacional e um discreto sinal na bochecha esquerda... Não fui o único que a notou. Naquela rua, todos os homens, até os enfeitiçados pelo compromisso do anelar, eram pegos numa emboscada quando ela passava. O barbeiro, cortava feio o cliente, que também não se importava; as bebidas sempre podiam esperar, quando ela passava. O padeiro que entregava pão doce, no lugar do francês; o homem na bicicleta, que quase fora atropelado, por um motorista que como ele, também estava desatento. O padre que quase esquecia dos seus votos, os velhos que deixavam cair todo o jogo de dominó dos seus colos, o garoto que, carregado pela mãe, deixava o pirulito cair da boca... Era mesmo um fuzuê, quando ela passava.

Ela passou na rua, tornando ainda mais incrível aquele pôr de sol. Elogios? Ninguém se atrevia. Até o mais sem vergonha dos homens, esquecia dos assovios e os ôhs-la-em-casas; simplesmente babávamos.

Encontrou-se, para nossa tristeza, com um fortão no fim da rua. Beijou-o e se foi na garupa de sua moto. Suspiros gerais. Logo ela saía, o barbeiro se lembrava do algodão, o barbeado, da ferida; o padeiro do pão, o padre dos votos, os casados dos anéis e o garoto chorou pelo doce... e eu, pus minha cadeira para dentro, lembrando que amanhã era tudo de novo, e que tudo mudava quando ela passava

sexta-feira, 6 de março de 2015

O que é a Vida?

Um ponto milimétrico
no caos universal.
Um vulto, um feixe de luz,
que passa sem deixar sinal.
Um segundo da eternidade...
O que é a vida afinal?

segunda-feira, 2 de março de 2015

Segredos Universais

Nuvens cobriam o céu. Serravam-no como um portão cinza imenso. Debaixo delas, homens, mulheres, crianças e idosos que se apressavam pelas ruas.

Numa brecha bem, mas bem pequena mesmo, o sol ainda mostrava um brilho esperançoso naquele cenário caótico. O sol olhava pela fechadura para saber o que se passava por detrás daqueles portões neblinosos.

O sol viu então o que se passava: homens que roubavam, que matavam, mentiam e se enciumavam uns com os outros e que com ira, agiam contra outros homens. Vendo isto, o sol espantou-se. Os casais que se despediam, ambos de partido coração, a traição, o amor ao dinheiro e a frieza do homem, que compartimentaliza e segreda tudo do seu próximo.

O sol tirou os olhos da fechadura de nuvens, pois não queria mais ver tal cena. Era de dar pena! Quanta tristeza na curta vida dos homens. As nuvens se desmanchavam numa chuva torrencial. O sol se retirou pensando: "Que vida essa! Os homens se ferem a si próprios. Lembram de fazer o mau, de partilhar as trevas, mas se esquecem de brilhar!"

Entre os homens, continuava a chuva cada vez mais catastrófica.