Seguindo a via imensa
em direção à felicidade
às vezes também pegamos
as curvas da adversidade.
Um caminho, às vezes solitário
mas às vezes, cidade.
Em vários outros momentos
pelos quais temos que passar
às vezes por muitos erros
precisaremos retornar.
E nas encruzilhadas
em que duvidamos
cabe-nos escolher
por onde vamos
e ter cuidado
pra não trocar por coisas vãs
Aquilo que acreditamos.
sexta-feira, 29 de maio de 2015
segunda-feira, 25 de maio de 2015
No Ônibus
Não existe lugar como o ônibus lotado. Para os leigos no
assunto, o ônibus é um transporte coletivo (vulgarmente chamado de ‘lata de
sardinhas’, de modo bem justo), que transporta passageiros aos destinos
desejados, se, os mesmos conseguirem puxar a cordinha quando for a vez dele, e
mesmo quando o fazem, podem correr o extremo risco de descer uns dois pontos
depois do desejado - se tudo fosse como desejássemos...
Como disse em minhas palavras, não há lugar como o ônibus
lotado. O calor humano, e seus desagradáveis odores, raramente serão tão
intensos como neste veículo. Temos nele, uma diversidade de mentes e
inteligências que se encontram num mesmo local. Temos a clássica briga pelo
assento preferencial, onde um garoto, que mal saiu de suas fraldas molhadas,
não quer entregar o lugar para um senhor, que acabou de voltar a elas.
Há os mais diversos clássicos do ônibus, tais como: a
galerinha do fundão, que fala muito, mas muito alto mesmo – superam a altura
máxima do meu fone de ouvido mesmo num ritmo de rock -, temos uma galera que
geralmente conhece o(a) cobrador(a), e que também fala alto! Temos também,
aqueles dos quais conhecemos toda sua vida e seu histórico do dia, simplesmente
pelo fato de falarem tão alto ao telefone, que nem dormindo não se escuta. São
os famosos: “Ei João, mande Maria ir na padaria comprar o pão, porque eu tenho
quase nada de dinheiro aqui meu filho. E depois, diga pro sem vergonha do
Julinho, que ele vai levar uma ‘pisa’ quando chegar em casa, não é possível,
logo hoje que eu fiquei tão doente... É filho, fui tomar um caldinho de mocotó,
e tô com uma dor de barriga triste...” E por aí vai!
Não posso deixar de citar, as famosas frases: ‘Fasta aí,
fasta’ – qualquer semelhança com algo que você conheça, é porque é exatamente
isso! – ‘O pé debaixo é meu’, ‘Paraê motorista!’, ‘Cabe mais ninguém aqui’
(essa última é mentira. Sempre cabe mais um no ônibus), ‘Vão passando lá pra
trás pessoal’, ‘Para sua segurança, este veículo só trefega com as portas
fechadas’, ‘Troco máximo é 10,00 reais’ – mentira! – ‘O ônibus quebrou pessoal,
vamos descer e passar para o outro’ e ‘Essa tarifa é mais do que justa!’ –
mentira de novo!
Tem um povo novo agora, que tem umas carteirinhas com
cadastro biométrico. Dá uma enrolada pra passar da roleta! Ainda não sei como
funciona o negócio, mas vou descobrir um dia qualquer aí. Ah!
O ônibus lotado... Não tem lugar igual! Às vezes, estamos tão espremidos, que
se você jogasse um agulha dentro do ônibus, ela voltaria. Nós desafiamos a lei
da física – quem disse que dois corpos não podem ocupar um mesmo lugar no
espaço? Até três corpos conseguem! – e tem dias, que minha mochila passa a ser
parte de minha anatomia, de tanto que fica apertado por lá. Sem contar que
temos uma real experiência dos Velozes e Furiosos! Cada drift maneiro que eles
fazem com os ônibus. E as lombadas? Que maravilha!
sexta-feira, 22 de maio de 2015
O Choro
O choro se ouviu,
À distância se ouviu
Ela chorar.
Era tão estridente,
Tão alto e tão triste,
Que nem era
Necessário procurar.
O que é o choro?
Do que nos fala?
Por que se criou?
Como pode se dar,
Que de tristeza
Ela chorou?
Quem de alegria chora,
Manifesta a todos
Que viver tem valia.
Quem de tristeza porém,
Mostra que, mesmo o mais frio
Já amou algum dia.
O choro se ouviu,
À distância se ouviu
Ela chorar.
Era tão estridente,
Tão alto e tão triste,
Como foi-se o seu
amor
Para não mais voltar.
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Máquina do Tempo
Sei lá! Às vezes, só às vezes, gostaria de ter uma máquina
do tempo. Não, nunca para corrigir erros do passado (alguns eu corrigiria
mesmo), pois o que acontece ou não, é para que tenhamos experiência e formemos
a nós mesmos... Mas chega deste melodrama!
Gostaria de ter uma máquina do tempo para voltar e tentar
mudar algumas coisas que me fariam bastante feliz, ou até conseguir respostas
para algumas perguntas.
Começaria com a clássica do ‘ovo ou a galinha’, depois
desconstruiria a piadinha do pavê para que não tivéssemos que aturá-la,
enxerida em nossos jantares em família e nos natais da vida. Eu tentaria
também, convencer a Pitágoras que ignorasse a ideia do seu teorema maluco, ou
impediria o cara do Titanic de dizer que aquele maldito navio nunca iria afundar,
nem se Deus quisesse (acho que distraí-lo seria bom o suficiente) e assim
evitar o romântico – meloso! – filme que viria a seguir.
Eu queimaria o cavalo de Tróia antes mesmo de cruzar os
portões da cidade. Diria ao inocentes índios que não vendessem o precioso
Brasil por um monte de bugigangas. Eu teria uma séria conversa com o inventor
do arrocha, aceleraria a criação do miojo, impediria Shakespeare de matar Romeu
e Julieta, propondo um final alternativo (um onde os dois ficassem juntos no
final, pois ninguém merece! Li todas as páginas do livro para no final os dois
morrerem? Nem me venha com essa: ‘foi o que deixou a história emocionante’! Que
nada!).
sexta-feira, 15 de maio de 2015
O Amador
Tenho versos pra montar,
Tenho música a compor,
Tenho prosas, tenho amigos,
Tenho risos, tenho amor.
Também choro em momentos,
Pois humano também sou.
Sou andarilho em rumo ao lar.
Mas da beleza deste andar,
terça-feira, 12 de maio de 2015
Comida
Comer. Um verbo, cinco letras, duas sílabas, que são suaves
ao ouvido da gente. Eu particularmente amo comer e devo faze-lo, pois sou um
agraciado nesta terra: o cara que come e
nunca engorda – é, mas, deixa a velhice chegar meu camarada!
A comida é tão importante, que dedicamos a ela três horários
principais na cena, e mais os pós-créditos e cenas deletadas do filme da vida.
É um momento mágico, a hora de comer. Pense nisto: só o processo da preparação
do alimento já nos é incrivelmente prazeroso, seja você um chef de cozinha ou
um universitário comedor assíduo do Lámen (miojo, para os leigos nesta arte da
vida). Há quem diga que o mais alto grau de perfeição numa invenção foi a do
miojo. Eu não discordo.
A comida é uma questão filosófica, também. Ou você nunca
ouviu a expressão “Você é o que você come?”. E a filosofia da pergunta está em:
Se eu como vários tipos de comida com frequência (feijão, arroz, carne,
macarrão, salada, sobremesa e um infinito de coisas) eu seria um cara com
sérios problemas de personalidade?
A comida é uma questão filosófica, fisiológica, de gosto e
influenciadora em todo número, gênero e grau! Teorias me fazem ter o bom humor
de crer que o universo é uma enorme panela de sopa com vários ingredientes e
que dela somos o pozinho do tempero. Ou, que a Terra é um grande pote, com
batatas fritas, enormes pães da Subway e continentes inteiros de sorvete... deu
água na boca! Mas, uma coisa é certa, seja ou não uma questão filosófica,
praxiológica, fisiológica ou subconsciente, o fato é que todos amamos comer; em
várias circunstâncias podemos provar isto, mas, escolhi dois momentos únicos
onde o fazemos.
É normal, por exemplo, em um aniversário, sentirmos vontade de comer, pois
foi para isto que fomos convidados – ops! Acho que a opção certa, você me
diria: ‘vamos para felicitar o aniversariante e demonstrar todo o nosso
carinho’, ou não! Você chega no seu banquinho com um pratinho de salgados (rabo
de tatu, ‘coxINHAS’ e o bolo da festa, com um copo de Dolly na mão – Simbá ou
frevo, se acharem melhor), e seus colegas, com a boca cheia, ainda têm a
coragem de dizer em voz alta: ‘Nossa cara, já tá no sexto pratinho!’ e isso te
deixa com vergonha, pois você vê uns dois parentes do aniversariante, inclusive
a tiazona (vide: crônica ‘Reunião no Olimpo’), o que te deixa com vontade de
enfiar a cara no mais profundo do solo até alcançar o centro da Terra. Os ‘parabéns-pra-você-eu-só-vim-pra-comer’, que
são típicos desta festa, e exprimem o quanto o(a) aniversariante é mais
importante do que a comida que ele(a) está oferecendo.
No churrasco, ensinamos o bode a nadar na Coca-Cola – se
preferir ainda, Dolly, Simbá, ou Frevo, tudo bem. Gosto não se discute. – e
comemos aquele – de praxe – vinagrete, com uma farofa comprada no primeiro
frango assado da área, o arroz e raramente um molho.
‘No churrasco, vamos para comer carne!’ Esta é a declaração
de alguém que nunca foi a um churrasco. Nos entupimos de refrigerante, de
arroz, de vinagrete, de feijão e ao falarmos de carne, não seja inocente a
ponto de ver um bode assado em magníficas condições para ser levado à boca, e
sim, pense na boa e antiga linguiça. Ela mesma! Ela tapa o enorme buraco da
falta de carne boa e é mais barata do que qualquer outra carne! Sim. Nos
entupimos de tudo num churrasco, menos de bodes e bois da vida!
sábado, 9 de maio de 2015
Eu: O Outro
Apontei sem
nem pensar,
Sem dó, nem
piedade, falei
Deste cara
que sempre vejo.
Disse o que
dele sei,
Não deixei
nada faltar
E em suas
falhas, foquei mesmo.
Disse para
todo mundo
Sem tirar,
somente pôr
Suas falhas
e defeitos.
Disse: ‘Ele
não tem jeito
Tanto que
lhe dei conselho.’
Mas, de
repente me vi,
Diante de um
espelho.
segunda-feira, 4 de maio de 2015
M.U.L.H.E.R.
A famosa Mente Única que Laça o Homem e Embeleza a Rima, ou simplesmente M.U.L.H.E.R. O seu grau de capacidade em muitas coisas nos supera. A habilidade de saber o que se passa ao seu redor, e de se comunicar com gestos que lhes são próprios, ou até com olhares, é algo que chega a ser espantoso. Sabem que palavras usar quando querem algo, uma manha para conseguir burlar regras e situações que todo o jogador de CS (Counter Strike, para os leigos) deveria saber.
Não se engane: elas sabem quando estamos mentindo, homens. 'Cê tá me achando gorda?', é só uma das inúmeras perguntas nas quais, se somos diretos, ou não, elas sabem o que queremos dizer.
Elas completam o universo masculino, e o universo em si, em todos os sentidos, e me atrevo a dizer que são essenciais ao mesmo. E para você, que acha que estou errado, só peço o seguinte: tente descrever um homem num poema. e certamente você não terá a quase mágica beleza que se tem quando são elas enfeitando o poema.
Não se engane: elas sabem quando estamos mentindo, homens. 'Cê tá me achando gorda?', é só uma das inúmeras perguntas nas quais, se somos diretos, ou não, elas sabem o que queremos dizer.
Elas completam o universo masculino, e o universo em si, em todos os sentidos, e me atrevo a dizer que são essenciais ao mesmo. E para você, que acha que estou errado, só peço o seguinte: tente descrever um homem num poema. e certamente você não terá a quase mágica beleza que se tem quando são elas enfeitando o poema.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Faltou-nos Poesia
Falta-nos a paz,
Falta-nos o amor,
Falta-nos o perdão,
E menos do rancor.
E no coração,
De todos faltou,
Em toda essa nossa
Jornada sofrida,
Onde umas por sorte
(Isso não sei),
São interrompidas,
Faltou-nos de tudo,
Mas, principalmente
A poesia da vida.
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